Governo de Sergipe retira a Deso do programa de desestatização do BNDES
A solenidade de assinatura do documento aconteceu na sede da Companhia, com as presenças, além do governador, do vice-governador, Belivaldo Chagas; do presidente da Deso, Carlos Melo; do presidente do SINDISAN, Sílvio Sá; do deputado federal João Daniel e deputados estaduais Francisco Gualberto e Zezinho Guimarães; do secretário de Estado da Infraestrutura, Valmor Barbosa; além de diretores, funcionários da Deso e membros da direção do sindicato.
“Participamos, incansavelmente, de audiências públicas, atos, manifestações, debates na mídia, em escolas, associações de moradores e de agricultores rurais; estivemos em mais de 60 câmaras municipais em todo o estado e também na Assembleia Legislativa, onde foi realizada a maior audiência pública da história daquela Casa, em defesa da Deso como empresa pública que presta serviços de relevância social a toda sociedade”, destacou Sá.
“Apesar desta vitória, não podemos baixar a guarda, até porque está nascendo uma Medida Provisório do governo federal, dando poderes aos municípios para, mesmo antes do término dos contratos de concessão (dos serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário), abrir edital de concorrência pública para novas concessões; ou seja, para abrir espaços para a iniciativa privada entrar. Portanto, temos que continuar com essa luta”, reforçou o sindicalista.
O presidente da Deso, Carlos Melo, enalteceu a coragem do governador ao tomar a decisão de não mais submeter a companhia ao Programa de Desestatização do governo federal. “Talvez se fosse outro governador, com outro perfil e que não tivesse essa visão, a Deso já estaria privatizada”, disse, apontando que sabia que o governador sofria muita pressão para que o Estado aderisse ao Programa e ajudasse a concluir os estudos de viabilidade técnica e econômica para privatizar a Companhia.
“Hoje somos todos muito gratos por esta decisão, de não mais permitir que a Deso seja privatizada. Assinar esse documento, rescindindo esse contrato, beneficiando diretamente os 1.711 funcionários e tantos prestadores de serviço, é um grande alívio para todos nós. Os trabalhadores não estavam dormindo com isso, e eu muito menos; mas hoje, podemos voltar para casa mais tranquilos”, afirmou.
Jackson reforçou as palavras de Melo, lembrando da enorme pressão que o seu governo enfrentou com relação a projeto de desestatização da Deso junto ao BNDES, quando ia buscar recursos para obras no Estado. “Mas não quero é deixar a marca de que privatizei a Deso, acabando com a minha história”, enfatizou o governador.
Alívio para os trabalhadores
Paulo Henrique, funcionário da Deso há pouco mais de 10 anos, lotado atualmente no Sertão, comemorou bastante a decisão do Governo de Sergipe de não mais privatizar a Companhia. Para ele, a assinatura concretizando o fim do processo de estudos junto ao BNDES trouxe alívio para os trabalhadores, que não tinham certeza sobre o rumo que tomaria a Deso se privatizada. Paulo enalteceu o trabalho e a luta do SINDISAN contra a privatização da Companhia e lembrou que mantê-la pública beneficia também a população, principalmente a mais carente.
“O sindicato fez a sua parte, mobilizou a categoria, mobilizou a população, dialogou com parlamentares, e é preciso reconhecer que tudo isso também ajudou para que o governador viesse hoje aqui assinar essa rescisão. É sempre importante lembrar que essa vitória não foi só importante para os trabalhadores, mas também para a população, em especial, os mais pobres, porque pagariam muito mais caro pelos serviços caso a Deso fosse privatizada. Agora é cobrar do Governo do Estado mais investimentos para que nós, trabalhadores da Deso, possamos prestar serviços melhores para a sociedade. Não estamos aqui só para defender nossos empregos, mas para trabalhar e fazer uma empresa cada dia melhor”, afirmou Paulo Henrique.