Seminário reforça necessidade de barrar MP que privatiza saneamento
Entre os vários palestrantes, o presidente da Empresa Baiana de Águas e Saneamento – Embasa, Rogério Cedraz, afirmou que o capital privado pode ajudar o setor de saneamento, mas não como prevê a MP 868, que vai “desmanchar” as companhias estaduais. E deu um exemplo do estrago: segundo ele, 70% da população baiana, residente do semiárido, região de pobreza e sem retorno financeiro, ficarão órfãos de saneamento.
Um dos autores do requerimento que resultou no Seminário promovido pela CDDU, o deputado federal Joseildo Ramos (PT/BA) afirmou que a MP 868 é mais uma faceta do projeto de destruição do estado brasileiro. A ela se soma à entrega do sistema elétrico, do pré-sal, o desmonte da Petrobras, o corte dos investimentos em educação e saúde etc. Segundo ele, “essa MP é uma promessa do governo (de Bolsonaro) aos empresários para entregar um mercado que representa R$ 400 bilhões ao ano”.
O presidente do SINDISAN, Sílvio Sá, avaliou que o Seminário foi muito positivo e agregou informações importantes para a luta contra a MP 868, que praticamente privatiza o saneamento no país. Para ele, esta semana será decisiva na luta para derrubar a Medida Provisória na Câmara dos Deputados.
“Tudo indica que não haverá espaço para a votação dessa MP, já que o governo federal está com prazo exíguo para votar outras medidas provisórias de maior interesse para eles, porque podem perder prazo e comprometer de vez a governabilidade. Mas vamos manter a vigilância sobre a MP do saneamento e pressionar os nossos parlamentares federais para não votar nela. Não sendo votada até o dia 3 de junho, ela perde o prazo e será uma grande vitória para todos nós”, afirmou Sílvio Sá.