Há algo muito estranho no ar
Pois bem, é fato e público a grande quantidade de condomínios de luxo que estão sendo construídos no interior do estado. Soa estranho (e aqui fica como forma de questionamento, não de acusação) boa parte desses condomínios serem contemplados pela DESO com quilômetros de rede de adutoras, feito em tempo recorde, ainda que o material tenha sido fornecido pelos construtores desses condomínios. Em quase todos eles sequer consta uma placa indicando que houve a formulação de contrato entre as partes.
E o pior: quando se chega nessas áreas e se busca saber por quem o serviço foi autorizado, ninguém sabe informar. Nem os trabalhadores da firma executante e nem tampouco os funcionários da DESO. O exemplo que podemos citar é o caso da ETA do Abaís, onde uma firma está construindo, numa velocidade espantosa, uma caixa de reservação inferior dentro da própria estação da DESO (veja na foto) que já se encontra com a sua capacidade estourada.
A pergunta que fazemos é: como a DESO irá cobrar a água tratada e consumida por todo aquele condomínio? Haverá o cadastro dos moradores? Isto ninguém sabe informar. E a notícia que temos é que esse caso não é pontual; muito pelo contrário, essas obras estranhas alastram-se por todo o estado.
O SINDISAN vê essas coisas com estranheza, já que o cidadão comum, que procura a DESO para fazer uma simples ligação residencial, muitas vezes precisa esperar de três a quatro meses pela execução do serviço, mesmo pagando à vista. Então, por quê dessa prioridade a condomínios de luxo, onde possivelmente só haverá moradores no final de semana? E quem são os responsáveis, dentro da DESO, por autorizar esses serviços? Queremos respostas.