SINDISAN e COHIDRO se reúnem na SRTE/SE

Escrito por Assessoria de Imprensa / Sindisan Publicado .

No dia 11/11, aconteceu a audiência de mediação, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) de Sergipe, entre o SINDISAN e a COHIDRO, visando dar continuidade ao processo de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho do período 2019/2020, uma vez que a data base da categoria é 1° de janeiro e até agora nada foi decidido.

A COHIDRO, representada pelo seu diretor-presidente Paulo Henrique Sobral, manifestou disposição pela manutenção das negociações, mas pediu prazo para buscar aprovação junto ao Executivo Estadual.

Ao final, ficou acertado que até 29/11 a empresa apresentará resposta à pauta de reivindicações já apresentada.

Estamos vigilantes!

Fortaleça o sindicato. Ele é o seu instrumento de luta!

Escrito por Assessoria de Imprensa / Sindisan Publicado .

Os sindicatos surgiram em meados do século XIX, na Inglaterra, berço da Revolução Industrial, onde a jornada de trabalho era de 16 horas diárias e os salários aviltantes. Com as jornadas de longa duração e as condições insalubres nas fábricas, acidentes de trabalho e doenças faziam parte dos cotidiano dos trabalhadores, que se viam obrigados a se afastar das suas atividades. Como não havia leis trabalhistas, os próprios trabalhadores criaram uma “caixa de ajuda mútua”, para ajudar a comprar remédios para os companheiros doentes ou acidentados.

Com esse movimento, surgiram as “trade unions”, concomitante ao ato do Parlamento inglês que aprovou, em 1824, uma lei estendendo a livre associação aos operários. Nasciam os sindicatos da época, com o espírito e solidariedade de classe para defender os interesses dos trabalhadores, que logo perceberam que precisariam ampliar a luta para além das “trade unions”, ampliando a organização e lutando pela redução da jornada de trabalho e por melhores condições de trabalho e de salários.

Com essa pequena introdução histórica (quem puder, é bom ler O Capital, de Karl Marx), queremos mostrar aos trabalhadores da DESO, da Cohidro e dos SAAEs a importância dos sindicatos na história das lutas da classe trabalhadora, em defesa dos seus interesses históricos e imediatos.

Os avanços conquistados ao longo dos séculos e das décadas recentes, com legislações protetivas e a conquista de férias, décimo terceiro salário, redução de jornada, descanso semanal remunerado e outros, não caíram do céu ou foram frutos da bondade dos capitalistas, mas das lutas dos trabalhadores, organizados em sindicatos, centrais, federações e confederações.

Na atual conjuntura, onde as crises do sistema Capitalista são mais duras e frequentes, faz-se necessário fortalecer o mais importante instrumento de luta dos trabalhadores, o seu sindicato, para não perder o que foi conquistado e fazer avançar as suas pautas e reivindicações. Sozinho, trabalhador algum consegue assegurar direitos. São como peixes, que sozinhos no oceano, tornam-se presa fácil de tubarão; mas quando nadam unidos, em cardumes, tornam-se mais fortes e são capazes de afugentar os tubarões.

Se você, companheiro ou companheira, não é filiado ao SINDISAN, reflita bastante, diante de conjuntura tão adversa. Filie-se e fortaleça o seu sindicato na luta contra as privatizações e a retirada de direitos conquistados, defendendo o seu emprego e o futuro da sua família.

UNIDOS SEREMOS SEMPRE MAIS FORTES!

Informe sobre a Ação de Revisão do FGTS e a TR

Escrito por Assessoria de Imprensa / Sindisan Publicado .

Voltaram a circular notícias sobre a Ação de Revisão do FGTS, que buscava afastar a TR como índice de correção, para aplicar um índice mais favorável e estaria prescrevendo em novembro deste ano. Isto porque o STF determinou a suspensão do andamento de todas as ações ainda não finalizadas sobre o tema, após ter decidido em setembro/2018, no julgamento do RE 611503 que cobrava diferenças do antigo Plano Collor II, a substituição da TR por outro índice, na atualização da dívida judicial ali executada.

Esclareça-se que a posição pacífica para o caso da correção ordinária das contas de FGTS, desde dezembro de 2014 é que essa matéria não é constitucional, portanto, a última palavra sobre o assunto é do STJ, que já definiu no Tema 787/STF - Validade da aplicação da Taxa Referencial - TR como índice de correção monetária dos depósitos efetuados na conta vinculada ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS.

A maioria dos sindicatos entrou com as ações no tempo em que a tese ainda era uma possibilidade viável e perdeu. A suspensão do andamento dos processos que ainda não haviam finalizado, feita pelo STF, recentemente, não altera a avaliação de altíssimo risco de perda, podendo trazer prejuízos, como o pagamento de honorários de sucumbência e custas processuais.

Ainda que o assunto volte ao STF, o sindicato avalia que continua sendo temerário o ajuizamento de novas ações.

Audiência Pública reforça necessidade de barrar projeto que pode levar Deso à privatização

Escrito por George W. Silva | Ascom Sindisan Publicado .

A Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) ficou pequena diante do grande número de trabalhadores e populares que participaram da Audiência Pública que discutiu, na manhã desta sexta-feira (8), “O Projeto de Lei nº 3.261/2019 e os riscos de privatização da Deso para os sergipanos”. A atividade foi fruto da parceria entre o deputado Iran Barbosa, do PT, e o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe – Sindisan.

Trataram do tema Sílvio Sá, presidente do Sindisan; Luís Moura, economista e coordenador do Dieese em Sergipe; Pedro Blois, presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU); Pedro Romildo, secretário de Saneamento da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU ); e Arilson Wünsch, coordenador da Frente Nacional do Saneamento Ambiental (FNSA). O presidente da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso), Carlos Melo foi também convidado para o debate, justificou a impossibilidade de participação, mas não enviou representante.

Para o deputado Iran Barbosa, o Projeto de Lei 3.261/19, que tramita na Câmara Federal e cujo relatório já foi aprovado na Comissão Especial que analisa a proposta, traz grande preocupação para os sergipanos, porque impõe mudanças profundas em todo o marco regulatório do saneamento, praticamente obrigando os municípios a abrir as concessões dos serviços de saneamento básico para que a iniciativa privada assuma o controle, fragilizando economicamente as companhias públicas do setor, como a Deso.

“Trazer esse debate para Sergipe é muito importante para que a gente passe a conhecer melhor o conteúdo dessa proposta, que poderá ser nefasta do ponto de vista da oferta de água e esgotamento sanitário para a população nas localidades mais carentes. Essa discussão vai nos ajudar no sentido de construir alternativas de resistência a esse projeto privatista e de preservação da Deso como uma empresa pública estratégica para os sergipanos, e que não pode estar a serviço dos interesses do capital privado”, justificou o petista.

Lutas do sindicato

Primeiro a falar, Sílvio Sá, do Sindisan, destacou a importância da realização da audiência pública, em face do momento de grande ebulição do debate em torno dos marcos legais do setor de saneamento brasileiro, de forma que Sergipe não poderia ficar de fora. Sílvio fez um resumo do trabalho que tem sido feito pelo sindicato nos últimos três anos para chamar a atenção dos trabalhadores e da sociedade quanto ao desmonte das políticas públicas de saneamento, em nível federal, e a ameaça de privatização das companhias públicas do setor. Apontou ainda que, em Sergipe, desde o final do governo Jackson Barreto e, agora, com Belivaldo Chagas, várias iniciativas têm deixado em dúvida trabalhadores e sindicato quanto as reais intenções do governo estadual sobre o futuro da Deso.

“Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, para usar um jargão bem popular. Quando a ameaça não vem em nível do estado, vem de Brasília, em nível nacional, agora com muita força, com esse PL 3.261, cujo relatório foi aprovado na Comissão Especial, na semana passada, por 21 votos a 13, com voto favorável do representante sergipano, o deputado federal Gustinho Ribeiro (Solidariedade)”, denunciou, criticando o discurso falacioso que vem sendo construído na mídia, favorável às empresas privadas de saneamento.

“Quem defende essas empresas não pensa no social. Precisamos dialogar com os nossos amigos e vizinhos e fazer a defesa da Deso pelo papel que ela cumpre, de fazer chegar a água tratada em quase todos os lugares. A nossa Companhia completou 50 anos. Nada poderia ser melhor do que recebermos, de presente, do prefeito (de Aracaju) Edvaldo Nogueira, do PCdoB, o convite para assinar o contrato de concessão com a Deso, que está em aberto há anos. Isso daria segurança jurídica a nossa empresa, com a garantia de mais 20 ou 30 anos de seguridade na oferta dos nossos serviços”, colocou Sílvio Sá.

Tarifas mais caras

Luís Moura, do Dieese, destacou que o discurso de que a Deso vai melhorar se for vendida é ilusório e falacioso. Ele lembrou de que esse mesmo discurso foi aplicado para justificar a venda da antiga Energipe, que acabou privatizada, mesmo com grande resistência dos trabalhadores. Hoje, o que se tem na atual Energisa é uma das tarifas de energia elétrica mais caras do mundo, serviços questionáveis, nenhuma sensibilidade social na hora de cortar o fornecimento, demissões, redução violenta dos salários dos trabalhadores e mais acidentes de trabalho.

“A sociedade tem que estar atenta, principalmente quanto ao aumento das tarifas, que vai ocorrer se privatizarem a nossa empresa de saneamento, porque vai se passar a cobrar o ICMS e haverá, de imediato, um aumento de 36% na tarifa de água; e as perdas que se tem com ligações clandestinas e com vazamentos, também incidirão na tarifa em mais 5 a 10 %. As pessoas precisam estar cientes que esse processo de privatização vai atingir diretamente o bolso delas”, alertou.

Para o economista, mesmo o atual discurso de que a Deso não será privatizada e que o governo quer apenas realizar processos de parcerias público-privadas também na se sustenta, porque empresa privada nenhuma vai querer parceria com empresa de saneamento se ela não puder controlar os preços da tarifa e não tiver garantia de retorno do que for investido.

“A empresa privada não quer nem saber se vai ter que fazer chegar água nesse ou naquele lugar, ela quer é retorno, ela quer é lucro”, disse, destacando que é preciso enfrentar o modelo do ministro Paulo Guedes de privatização de todas as estatais, que deve repercutir nos estados, reforçando as parcerias com os parlamentares que defendem o setor público e tem compromisso com a população e com as empresas públicas.

Pressão sobre a bancada sergipana

Para Pedro Blois, presidente da Federação Nacional dos Urbanitários, é preciso alertar os trabalhadores e a população sergipana para os riscos que representa a aprovação do PL 3.261/19. Para ele, é preciso pressionar a bancada federal sergipana, os deputados estaduais, além dos vereadores e prefeitos.

“A Deso é uma companhia pública que atende a quase 80% da população com abastecimento de água e com 60% da coleta de esgoto. O filão maior disso tudo pode passar para as mãos das empresas privadas, deixando as parcelas mais pobres da população sem o atendimento, porque apenas dez dos 74 municípios atendidos pela Deso são superavitários. A iniciativa privada só vai querer atuar nesses dez municípios, que darão retorno financeiro. Os demais, como ficarão, já que o PL também derruba os subsídios e o governo do Estado não terá mais recursos do governo federal para investimento em saneamento por conta da PEC 55, que congelou os gastos públicos por 20 anos?”, indagou o presidente da FNU.

Segundo Blois, há um conjunto de iniciativas do governo federal que pode enfraquecer a Deso e levar o estado de Sergipe de volta ao tempo em que doenças advindas da falta de água tratada e de saneamento eram comuns.

“Quer gostem ou não, a Deso, como empresa pública, presta um serviço de extrema relevância, principalmente nos municípios mais pobres, onde a iniciativa privada não chega. O momento é gravíssimo e a população tem que estar atenta e acompanhando esse debate para dizer um não a esse projeto de lei, cobrando dos seus deputados e senadores o voto contrário a essa proposta da governo Bolsonaro de privatização dos serviços de saneamento básico em todo o País, principalmente o fornecimento de água, que é o mais essencial entre todos. A pessoa pode viver sem energia elétrica, sem telefone, até sem o gás, mas sem água ninguém vive. Água é um bem precioso demais para ter dono”, enfatizou, lembrando que cidades da França, Estados Unidos, Alemanha e Espanha, assim como de alguns países Sul-Americanos, que apostaram no modelo de privatização do setor de saneamento, estão revendo essa decisão por não terem trazido retorno para a população e reestatizando o setor, como aconteceu em Paris, Berlim e Atlanta.

Propostas neolibeirais

O secretário de Saneamento da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Pedro Romildo, enfatizou que o Projeto de Lei 3.261/19 é uma reedição de propostas neoliberais que vêm desde a época do governo privatista de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), seguindo recomendações do FMI, de entregar o setor de saneamento público brasileiro para a iniciativa privada, como foi feito com a telefonia, e tornar a água, que é um direito humano fundamental, em mercadoria.

“Essa é a mesma lógica do governo Bolsonaro, tornar a água um produto com valor econômico e que só vai ter acesso a ela quem efetivamente tiver condições de comprar. Uma outra questão grave nesse PL é acabar com o subsídio cruzado. Com isso, os mais pobres, que não têm como pagar a tarifa pelo seu custo real e tinham a sua tarifa subsidiada, isso vai acabar, porque empresa privada só visa o lucro, ela trata os desiguais como iguais, e os pobres pagarão de 20 a 40% a mais pelo uso da água”, apontou.

Romildo também alertou para a questão do fim dos contratos de programas entre entes públicos. Com o Projeto de Lei 3.261/19, essa relação se extingue. “O governo acaba com os contratos entre companhias estaduais de saneamento e os municípios, criando uma reserva de mercado para a iniciativa privada. Objetivamente, a intenção é acabar com as companhias públicas de saneamento, como a Deso, porque o prefeito que não abrir licitação para o setor privado não terá acesso a recursos, que são do contribuinte, mas que fica reservado para o setor privado. É uma grande chantagem, na tentativa de asfixiar a Deso e todas as empresas públicas de saneamento. Não podemos permitir isso”, disse.

Verdadeira tragédia

Para Arilson Wünsch, coordenador da Frente Nacional do Saneamento Ambiental, está em andamento uma verdadeira tragédia no setor de saneamento do País com o Projeto de Lei 3.261/19. De acordo com Wünsch, para além dos desmontes das políticas públicas de uma forma geral e da retirada de direitos dos trabalhadores e da população, as mudanças propostas pelo governo Bolsonaro nos marcos legais do saneamento vão destruir o setor e dificultar o acesso à água e ao esgotamento sanitário para as populações mais carentes, em especial, nos menores municípios.

“Esse projeto, que é uma continuidade das Medidas Provisórias 844 e 868, do governo Temer, tira das mãos do Estado a possibilidade de ofertar os serviços de saneamento, e isso é muito perigoso e danoso para os municípios com menos de 30 mil habitantes, onde as companhias estaduais ou os departamentos municipais de saneamento chegam com um serviço essencial, que é o de levar água subsidiada aos pobres. O PL 3.261 praticamente destrói essas companhias”, aponta o coordenador.

Arilson Wünsch foi enfático em dizer que não há alternativa com a aprovação do Projeto de Lei 3.261/19, senão a privatização das companhias públicas de saneamento como a Deso. “Não tem meio termo. Será o fim da Deso e de todas as companhias estaduais de saneamento do País, porque proíbe a continuidade dos contratos de programas como os municípios, que terão que abrir licitação. A maioria dos municípios são deficitários e, com o fim do subsídio cruzado, isso criará dificuldades para que se forneça água e esgotamento sanitário. E um projeto extremamente danoso. Se os parlamentares e prefeitos não se mobilizarem imediatamente e ele for aprovado, não restará empresa pública de saneamento neste País”, alertou, lembrando que é falacioso o argumento de quem não tem dinheiro para universalizar o fornecimento de água e de esgotamento sanitário, e que por isso tem que se abrir setor para a iniciativa privada.

Encaminhamentos

O deputado Iran Barbosa avaliou como muito positiva a audiência pública, não só pela grande quantidade de participantes, que caracterizou o evento como uma dos maiores realizados na Alese, mas também quanto ao conteúdo que foi debatido.

“Foram análises extremamente aprofundadas, seja com os palestrantes nacionais como os locais. Pudemos discutir o teor do Projeto de Lei que altera o marco regulatório do saneamento no nosso país e denuncia as consequências dessa alteração para o nosso povo e o nosso estado. Foi muito elucidativa, com uma presença grande dos trabalhadores da Deso, e essa audiência nos subsidia de informações para enfrentar esse cenário e defender a nosso Companhia de Saneamento com muito vigor”, afirmou, destacando que dará os devidos encaminhamentos às propostas que surgiram durante a audiência.

Participaram, também, da audiência pública o deputado estadual Garibaldi Mendonça (MDB) e Kitty Lima (PPS); representantes dos deputados estaduais Dilson de Agripino (PPS) e Diná Almeida (Podemos), e federal João Daniel (PT); os vereadores de Aracaju, Américo de Deus (Rede) e Camilo Lula (PT), e de Japoatã, Cassio Mateus (PT); representantes de entidades sindicais e da CUT/SE e Nacional; representantes dos movimentos social e popular; além de índios da tribo Xokó, da Ilha de São Pedro, em Porto da Folha, que vieram se somar ao debate.

 

Audiência pública debaterá PL 3.261/19 e os riscos de privatização da DESO

Escrito por Assessoria de Imprensa / Sindisan Publicado .

O Congresso Nacional, a serviço da sanha privatista do governo Bolsonaro, trabalha, a passos largos, para aprovar mais um projeto neste sentido. No último dia 9 de outubro, foi apresentado o texto substitutivo ao Projeto de Lei 3.261/2019 e apensados que altera a Lei 11.445, de 2007, a Lei Nacional de Saneamento Básico, e mais quatro leis.

A proposta fragiliza e desestrutura todo o setor de saneamento do país e escancara a fatia lucrativa do setor para a gestão da iniciativa privada, sem qualquer garantia de salvaguarda dos interesses da população nos municípios onde água e esgotamento sanitário não darão lucro.

Para discutir o conteúdo desse PL e aprofundar o debate sobre as consequências da privatização da água e do saneamento, será realizada Audiência Pública, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), no próximo dia 8 de novembro, às 9 horas, numa iniciativa conjunta do SINDISAN com o mandato do deputado estadual Iran Barbosa, do PT, proponente da audiência, que terá como tema “O Projeto de Lei nº 3.261/2019 e os riscos de privatização da DESO para os sergipanos”.

Foram convidados para fazer o debate o presidente do SINDISAN, Sílvio Sá; Pedro Blois, presidente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU); Pedro Romildo, secretário de Saneamento da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU ); Arilson Wunsch, coordenador da Frente Nacional do Saneamento Ambiental (FNSA), e também o economista e coordenador do Dieese em Sergipe, Luís Moura, e um representante da Companhia de Saneamento de Sergipe (DESO).

O presidente do SINDISAN, Sílvio Sá, tem se somado à luta dos dirigentes sindicais do setor urbanitário de todo o país que vêm dialogando, em Brasília, com os parlamentares federais e esclarecendo sobre os riscos que representa a aprovação do PL 3.261/19 para a população e para as companhias públicas de saneamento.

O que está em jogo

Para Sílvio, trazer esse debate para Sergipe é fundamental para que a população possa entender melhor o que está em jogo com o projeto de lei em discussão e cujo conteúdo fragiliza não só o setor, mas também tem rebatimento direto na DESO, já que a proposta, se aprovada, obriga os entes federados a aderirem ao novo marco legal sob pena de não poderem acessar recursos públicos, e determina que os municípios indenizem os investimentos realizados e não amortizados, caso não “entreguem” seus serviços ao “novo” operador privado, ou seja, impõe condições que não deixam alternativa às prefeituras exceto submeterem-se às novas condições.

“A gente tem ouvido muito o discurso do governador Belivaldo Chagas, insistindo que não vai privatizar a DESO, mas isso, por si só, já não é garantia de que uma privatização não possa vir a acontecer. O cenário pode se complicar porque o PL, se aprovado, pode criar condições de dificuldades de operação para a nossa Companhia, já que as concessões, que hoje pertencem aos municípios, ficarão para a União; e o pior, a questão da concessão deixa de passar pelas câmaras municipais", explica.

"Além disso, a proposta elimina os mecanismos de subsídio, principalmente o subsídio cruzado, que garante a prestação dos serviços de água e esgotamento para as populações mais pobres e os municípios de menor renda, que certamente não atrairão o interesse do setor privado. Isso é muito grave e pode afetar diretamente a nossa DESO”, alerta o sindicalista, convidando os trabalhadores e a população em geral para participarem da audiência pela importância e alcance do tema.