No último dia 12/11, após um grande vazamento e vários dias sem água, a população de São Cristóvão mais uma vez se revoltou com a diretoria do SAAE de São Cristóvão. Em Nota, a Autarquia comunicou que todos os serviços necessários para efetuar os reparos na adutora que abastece toda Cidade Alta e Centro Histórico haviam sido finalizados e o abastecimento foram retomados de forma gradativa.

Nas redes sociais, a diretoria do SAAE foi questionada por não explicar aos consumidores e à população se nas contas do período em que não houve fornecimento de água – aproximadamente 20 dias – haverá compensação, uma vez que o serviço não foi oferecido.

Também a diretoria não explicou como um município riquíssimo em água potável faz com que os seus cidadãos sofram com tantas ingerências administrativas ao longo das gestões que passaram, prestando um péssimo serviço de abastecimento de água com qualidade, não por culpa dos seus trabalhadores.

Os bravos funcionários do SAAE trabalharam no reparo do problema com afinco, mesmo com salários atrasados, sem aumento há mais de seis anos, sem equipamentos de proteção individual (EPI's), sem fardamento adequado e tendo até que fazer suas refeições no meio do mato! Tudo isso foi observado por aqueles que acompanharam os trabalhos de contenção do vazamento.
Até quando essa situação vai perdurar em São Cristóvão?

Na concepção de alguns diretores da DESO, a ideia de que a Companhia precisa urgentemente dar um salto de qualidade em toda a sua gestão parece soar como piada, pois o total desmazelo com o pouco que ainda resta da outrora eficiente DESO chega as raias do absurdo, algo que não se pode aceitar como razoável.

Veja o caso da ETE Maracaju. Sem ter sido feito planejamento algum, investiram uma soma considerável em sua reforma e, se surtiu efeito prático, não sabemos. Passados pouco mais de 90 dias da melhoria feita, eis que algum diretor – posando de mais sabido que os anteriores – mandou destruir totalmente toda a estação, deixando somente os poços de recebimentos de dejetos da população local.

Esta ação corresponde a um suposto avanço na qualidade dos serviços prestados pela Companhia? Duvidamos. O que podemos afirmar é que foi torrado desnecessariamente uma soma considerável na tal reforma da estação e, com a sua derrubada, provou-se que não houve sequer uma programação efetiva do que deveria prioritariamente ser feito.

Lamentamos que fatos como esses, e que não são casos isolados, estão acontecendo aos borbotões em todo o estado e não aparece ninguém que chame a responsabilidade para si. É isto que nós esperamos.

População ocupa Escritório de Glória

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de Sergipe, junto com populares, em protesto contra a falta de água, por mais profissionalização dos serviços e, principalmente, contra a possibilidade de privatização da empresa, ocuparam o escritório local da DESO, em Nossa Senhora da Glória, no último dia 16/11.

Os movimentos sociais e o SINDISAN entendem que, com a privatização da Companhia, como vem sendo anunciado pela mídia nacional e local, a população mais pobre será duramente afetada, principalmente com a exclusão dos serviços de fornecimento de água por conta do aumento abusivo das tarifas, registrado em todos os casos em que a iniciativa privada assumiu concessões de saneamento.

Permutas já podem ser encaminhadas

Queremos informar a todos os companheiros e companheiras que, por diversos motivos, pleiteiam mudança de lotação, que após entendimento entre a direção do SINDISAN e a Diretoria Administrativa da DESO, ficou acertado que todos aqueles que desempenham cargos e funções análogas dentro da Companhia e expressam desejo mútuo de realizarem permuta em suas lotações de origens devem procurar o Sindicato para que sejam efetuados os devidos encaminhamentos.

Esclarecemos que o SINDISAN desempenhará tão-somente o papel de mediador entre o trabalhador e a Companhia, não tendo poder de interferir ou fazer com que as negociações se concretizem, o que caberá exclusivamente à diretoria administrativa da DESO.

O BNDES deu o primeiro passo para que a iniciativa privada explore os serviços de saneamentos, por meio da privatização de empresas estatais, concessão do serviço ou PPP (Parceria Público Privada).

Um edital foi lançado no último dia 9/11 para que se façam estudos sobre modelos possíveis a serem adotados em substituição a atuação das empresas estatais na prestação de serviço de saneamento, além da ampliação das redes.

Segundo o BNDES, 18 Estados já manifestaram ter interesse no programa de desestatização do serviço de saneamento.

O passo agora é elaborar estudos para ver qual modelo se encaixa em cada local. Os interessados são Sergipe, Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins. De acordo com o banco de fomento, outros Estados poderão aderir ao programa no futuro.

Segundo o superintendente da área de Desestatização do BNDES, Rodolfo Torres, a partir do edital lançado nesta quarta, há a expectativa de que as empresas estejam habilitadas a fazer os estudos a partir do primeiro trimestre do ano que vem. A conclusão desses estudos deve ocorrer entre o terceiro e quarto trimestre de 2017.

Já o lançamento de edital de licitação com o modelo definido de cada Estado só deve ocorrer no primeiro trimestre de 2018. Ou seja, somente daqui pouco mais de um ano que a assinatura dos contratos de privatização do serviço de saneamento no país sejam assinados.

A ideia é que o BNDES financie até 80% do investimento na ampliação das redes de água e esgoto nos Estados. Segundo Albuquerque, o banco concederá empréstimos "com as melhores condições possíveis". Incidirá sobre os créditos do banco a TJLP (Taxa de Juro de Longo Prazo), atualmente em 7,5%, com prazo de pagamento de 20 anos.

O programa anunciado faz parte do PPI (Programa de Parceria de Investimentos), aposta do governo federal para reativar a economia por meio do investimento privado no país. As empresas que participarão do investimento em saneamento, de acordo com Albuquerque, não precisam ser necessariamente as grandes construtoras e empreiteiras brasileiras, a maioria hoje envolvida nas investigações da Lava Jato.

Ele disse que investidores asiáticos e fundos de investimentos estrangeiros já manifestaram interesse junto ao banco para participar da rodada de privatizações.

(Com informações Agência Brasil)