Privatizar a DESO é atestar incapacidade governamental
Infelizmente, em 09/11/2016, a imprensa nacional e local divulgou que Sergipe está entre os 18 estados brasileiros que aderiram ao programa de privatização de saneamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento), esse banco também confirmou a informação e que através do seu superintendente da área de desestatização, Rodolfo Torres, afirmou que a privatização pode ser adotada em vários modelos, como a chamada PPP (Parceria Público Privada) ou subconcessão.
Seja uma privatização parcial ou, pior ainda, se for total, é fato que, toda empresa privada visa prioritariamente o lucro financeiro, enquanto a pública visa o bem-estar social; sendo assim, surge um questionamento: levar água tratada as comunidades pequenas como pequenos povoados, vilarejos, sítios e outros, para saciar a sede e cuidar da saúde da população, é prejuízo ou investimento? (para reflexão).
Caro leitor, caríssima leitora, nesse sentido entendemos que a empresa privada não tem interesse de investir em pequenas comunidades e/ou em comunidades carentes, pois não terão retorno financeiro; já a pública deve atender todas as comunidades, pois é dever do Estado garantir os direitos individuais dos seus cidadãos.
Se a DESO, que é muito útil aos sergipanos em seus 47 anos, servindo a 96% dos municípios e a mais de 600 povoados, vem passando por dificuldades, a culpa é da incapacidade dos seus gestores que, ao longo dos anos, usaram politicamente e não tecnicamente, nessa politicagem, atenderam a variados pedidos eleitoreiros e colocaram muitos gestores incapacitados por serem aliados políticos, quando colocaram a empresa em dificuldade financeira.
Aí os governos federal e estadual encontram logo a solução que é privatizá-la, ou seja, assumem que são incompetentes e incapazes de encontrar soluções viáveis para sanear as finanças da mesma, tornando-a competitiva e viabilizando-a sua permanência como grande colaboradora do Estado na área social, ao invés disso, preferem tornar um pesadelo para os sergipanos, principalmente aos seus colaboradores e familiares.
Caríssimo(a)s, já vimos acontecer a venda da ENERGIPE (Empresa Energética se Sergipe) e o dinheiro da mesma serviu à corrupção política, com várias denúncias de compras de apoios políticos.
Desejamos que isso não aconteça com a DESO e as outras empresas do governo de Sergipe, pois o que precisamos é de gestores competentes e comprometidos com a ética e com o bem-estar social da população, que possam tomar decisões corretas e eliminar a ingerência política; caso contrário, será um gestor incapaz.
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*Graduado em Matemática e História e Pós-graduado em Ensino e Pesquisa da Matemática, em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça e em Ciências Políticas.