Capitalismo selvagem e a tragédia de Brumadinho

Escrito por Ascom/Sindisan Publicado .

Vivemos no sistema capitalista, que se sustenta à base da exploração do trabalho assalariado e a riqueza produzida por esse sistema não é para satisfazer às necessidades dos seres humanos, mas sim para o mercado, para satisfazer a sanha de lucro de acionistas, investidores e dos que detêm os meios de produção.

Se o sistema capitalista se preocupasse realmente com o bem-estar dos seres humanos e o meio ambiente, certamente tragédias (na verdade, crimes) como de Mariana e, agora, de Brumadinho não teriam acontecido.

As duas tragédias provocaram a morte de muitos, destruiu cidades e povoados, matou o Rio Doce, e agora, o Paraopeba e, em poucos dias, atingirá um dos rios mais importantes do país – e vital para vários estados do Nordeste, como Sergipe –, o Rio São Francisco.

É uma tragédia humana e ambiental sem precedentes no Brasil e que contou com a conivência de governos anteriores e do atual, que reforça ainda mais a política de flexibilização dos direitos trabalhistas e da fiscalização do respeito às normas ambientais. Tudo em favor da maximização dos lucros das empresas privadas.

É o auge do capitalismo predatório, com concentração dos lucros nas mãos de poucos, e a distribuição dos prejuízos com a maioria. É só observar de onde estão vindo os recursos financeiros e humanos para buscar os sobreviventes de Brumadinho e cuidar dos feridos: do setor público, e não da Vale.

As empresas privadas, além de explorar a baixo custo e destruir os nossos recursos naturais, atacam a vida dos trabalhadores, dizimam rios, privam de água e de peixes as populações ribeirinhas e também das cidades que se abastassem desses rios, sem qualquer pudor ou responsabilidade social.

Para a Vale, com o perdão do trocadilho, o que vale é potencializar lucros para beneficiar seus acionistas, em sua maioria, estrangeiros. Não há grandes investimentos em processos mais seguros de operação, de exploração das reservas e de mitigação dos danos ambientais oriundos da exploração mineral.

Para piorar esse quadro, o governo Bolsonaro defende flexibilizar ainda mais a legislação ambiental em benefício dos grandes grupos capitalistas que querem sugar ainda mais as riquezas florestais e minerais do país. Em resumo, quer legitimar a prática da exploração desenfreada, da morte de brasileiros e da destruição do nosso meio ambiente. Tudo em favor do capital!

Fica este alerta aos companheiros e à sociedade. É preciso muita mobilização e luta em defesa dos trabalhadores (os verdadeiros produtores das riquezas do mundo) e do meio ambiente. É preciso cobrar punição exemplar à Vale e aos seus executivos, assim como também contra os agentes do Estado que foram cúmplices de mais essa tragédia anunciada.

E só para não esquecer: enquanto a Vale foi estatal (como Vale do Rio Doce), nenhuma tragédia aconteceu e ninguém morreu por rompimento de qualquer barragem.

 

Diante dos ataques a seus direitos, trabalhadores precisam de unidade

Escrito por Ascom/Sindisan Publicado .

O trabalho e as suas diversas formas de apresentação estão acelerando as alterações que ocorrem dentro das empresas, agora sujeitas a uma competitividade crescente e à necessidade de dar respostas cada vez mais rápidas aos desafios da globalização e da evolução tecnológica. A partir daí surgiram novas formas de organização do trabalho, quer no interior das empresas, quer no trabalho informal, ou ainda no chamado trabalho em casa (home office).

Os sindicatos, como organizações de defesa dos interesses dos trabalhadores, ao contrário do que se divulga, são cada vez mais necessários, já que as precarizações e as condições de vida e de trabalho estão cada vez mais dependentes de decisões fora da empresa, quer a nível nacional, quer internacional.

O aumento da desinformação – geralmente patrocinado pela imprensa burguesa financiada pelo capital especulativo – em relação ao real papel dos sindicatos, trouxe grandes dificuldades ao movimento sindical, com uma diminuição dos trabalhadores sindicalizados e a necessidade de se adaptarem a um mundo em crescente mutação.

Esta situação, cremos, está em grande parte sendo refreada e, aos poucos, os sindicatos vão novamente retomando o crescimento no número de trabalhadores filiados.

Mas o processo de adaptação aos desafios que estão por vir prossegue com vista também a responder aos desafios impostos pela própria categoria, pois, como sabemos, boa parte da nossa base é composta por jovens que estão no seu primeiro emprego. Muitos desconhecem as lutas travadas entre o capital e o trabalho ao longo dos séculos, e a exploração imposta aos trabalhadores para gerar riquezas não para estes, mas para uma pequena parcela de burgueses abastados.

Na luta pela igualdade de direitos, há de se reconhecer que os sindicatos são as organizações mais representativas da chamada sociedade civil, financiados pelos trabalhadores filiados. Seguindo esse caminho, o sindicato não deve se ater unicamente ao papel de lutar por condições dignas de trabalhos e de remuneração salarial, mas também, e de forma incisiva, atuar na politização das suas bases, visando manter a máxima coesão em torno de princípios e propósitos comuns entre os trabalhadores.
Nesses tempos bicudos em que vivemos, de retirada de direitos e conquistas, nunca fez tanto sentido a frase “A união faz a força!”.

 

Desalento e informalidade devem aumentar no governo Bolsonaro

Escrito por Rede Brasil Atual Publicado .

O número de trabalhadores e trabalhadoras desalentados – aqueles que desistiram de procurar emprego depois de muito tentar encontrar uma vaga -, de desempregados e de informais, que vem batendo recordes desde o ano passado, deve aumentar este ano.

E a razão é a política econômica neoliberal do governo de Jair Bolsonaro (PSL), que não aumentou o salário mínimo nem dá sinais de que vai utilizar os bancos e as empresas públicas ou ampliar investimentos públicos em infraestrutura para alavancar o crescimento econômico. Até agora, nenhuma política de geração de emprego e renda foi anunciada por Bolsonaro e sua equipe econômica. Eles só falam em atacar a Previdência e privatizar empresas públicas.

"Políticas que melhorem o mercado de trabalho e os salários, como a Política de Valorização do Salário Mínimo, são importantes para a retomada do crescimento porque ativam o mercado consumidor: a renda extra é usada para pagar dívidas, consumir mais comida e roupas e vai girar a economia", defende Adriana Marcolino, técnica da subseção do Dieese da CUT, criticando a decisão do governo Bolsonaro de não prorrogar a política de valorização do mínimo, criada no governo Lula.

“Só este governo vê o reajuste do mínimo, que subiu mais de 70% desde a implementação da política, como gasto, mas o dinheiro vai direto pro consumo e parte retorna como arrecadação”.

O economista do Dieese Nacional, César Andaku, complementa: o governo perdeu uma grande oportunidade de melhorar a economia quando diminuiu o reajuste do salário mínimo – um dos primeiros atos de Bolsonaro como presidente foi baixar de R$ 1.006,00, como era previsto, para R$ 998,00 – menos R$ 8,00 no salário do trabalhador.

“O reajuste menor também afetou aposentados e pensionistas do INSS que muitas vezes são quem sustentam suas famílias”, lembra Andaku.

Sem política de valorização do salário mínimo e de investimentos públicos, como foi feito no governo Lula, a economia terá um crescimento muito pequeno, afetando principalmente os mais pobres, afirmam Andaku e Adriana, que defendem a decisão do ex-presidente petista de utilizar os bancos públicos para baratear o crédito, como ele fez na crise econômica mundial que estourou em outubro de 2008.

Fonte: Rede Brasil Atual

Cohidro: trabalhadores sofrem sem médico do Trabalho e cinco anos sem reajuste

Escrito por Ascom/Sindisan Publicado .

Se não bastassem os longos cinco anos sem um centavo de reposição salarial, os trabalhadores da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe denunciam um cabedal imenso de irregularidades, acontecendo de forma escancarada para qualquer um ver; portanto, com a anuência dos gestores daquela Autarquia.

Muitos fingem não ser responsáveis por tais mazelas, pois se dizem vítimas das circunstâncias e, além disso, a COHIDRO depende unicamente de recursos do Governo do Estado para tudo, ou seja, não tem arrecadação.

Dentre as diversas irregularidades atualmente ocorrendo na Companhia, uma das que mais chama a atenção, por se tratar diretamente da saúde do trabalhador, é a ausência de um Médico do Trabalho naquele órgão que possa emitir o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).

Sem esse profissional, os exames periódicos obrigatórios exigidos pelo MTE, que deveriam religiosamente ser efetuados todos os anos, estão desde o ano de 2014 sem acontecer; um risco seríssimo para todos, pois com essa negligência, muitos que não fazem exames de forma particular estão simplesmente sem saber como anda a sua saúde, portanto, sujeitos a situações imprevisíveis.
Isso sem falar das pesadíssimas multas que podem ser aplicadas pelo MTE sobre o número total de trabalhadores que se encontram com os exames em atraso.

Outra incômoda e prejudicial situação refere-se a enorme quantidade de gatos perambulando por toda a área da sede da Companhia, causando uma fedentina horrível, coisa facilmente percebida assim que uma pessoa adentra naquele local. A situação se tornou tão crítica que alguns trabalhadores já foram acometidos de micoses e verminoses advindas das fezes daqueles felinos.

Reforma pra quem?

A reboque de todas essas anomalias, vemos uma reforma que se prolonga por quase dois anos e, agora, conversas de corredor dizem que não será para uso do pessoal da COHIDRO, e sim para outra secretaria que ali será instalada.

Coisa frustrante para os trabalhadores nativos da Companhia, pois enquanto tentam desempenhar as suas funções na base do “salve-se quem puder”, a edificação, que está sendo totalmente recuperada, ficará fechada, aguardando ordens de ocupação, não se sabe lá por quem. Triste realidade!

Crise hídrica tem criado clima de tensão para trabalhadores da DESO

Escrito por Ascom/Sindisan Publicado .

A crise hídrica que vem afetando algumas cidades do interior tem causado muitos arranhões na imagem da DESO. Os problemas operacionais também têm criado um clima de extrema insegurança para os trabalhadores da Companhia. Para quem se lembra, no final do ano passado, a população de alguns povoados de Muribeca fecharam a pista de Aquidabã em direção à BR-101, em protesto contra a falta de água.

E, diariamente, nos chegam informações de companheiros dos quatro cantos do estado dando conta que a situação não está nada fácil para quem veste a camisa da DESO. Populações de Malhador, Tobias Barreto, Povoados de Brejo Grande, Simão Dias, Lagarto, praias de Estância, Poço Verde, Neópolis, Laranjeiras, Pinhão, Carira, Frei Paulo, Monte Alegre, Glória, Graccho Cardoso, Aquidabã, dentre outras localidades, têm feito protestos frequentes em rádios locais e nas redes sociais, criticando duramente a Companhia e ironizando (muitas vezes, como razão) situações de falhas graves da empresa.

Em Lagarto, por exemplo, circulou amplamente um vídeo criticando o fato de a população do município estar sofrendo com o rodízio no abastecimento de água – um dia com e dois sem – e, ao mesmo tempo, o reservatório da cidade estar transbordando por vários dias seguidos e uma enorme quantidade de água literalmente escorrendo pelo ralo.

A mesma coisa aconteceu em Tobias Barreto, onde a população enfrenta grave crise no abastecimento. Em meio a esse caos, no final de dezembro, moradores flagraram o reservatório elevado transbordando e água sendo desperdiçada. Resultado: pau na DESO a torto e a direito!

E quem sofre mais no fim das contas? Os trabalhadores da Companhia, em especial os que atuam nas lojas de atendimento e os leituristas terceirizados, que já andam com medo. Há relatos de agressões morais e até física. No dia de 7 janeiro, um cliente revoltado com a os serviços da Companhia quebrou a porta da Loja de Atendimento de Umbaúba.

O descontrole operacional está criando esse clima tenso e manchando a imagem da DESO, contribuindo com o discurso daqueles que defendem a sua privatização. Fala-se muito em crise hídrica; na verdade o que se vê é uma crise de gestão, pois sempre no Verão há escassez de chuvas e nunca se passou por uma situação igual a que se vê agora.